Os vencedores do prêmio Nobel de Economia 2024 uniram as agendas de economia e de ciência política para entender a razão de alguns países se tornarem ricos e outros não e fizeram um trabalho “transformador”, afirmou o professor de doutorado da University of British Columbia e da PUC-Rio Claudio Ferraz. O economista destacou a influência dos estudos do trio de premiados para as pesquisas além da economia.
- Se você gostou desse post, não esqueça de compartilhar:
- Leia artigos de Daron Acemoglu, Simon Johnson e James Robinson no Valor
A Academia Real de Ciências da Suécia anunciou nesta segunda-feira (14) o Nobel de Economia 2024 para os professores do Departamento de Economia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) Daron Acemoglu e Simon Johnson e o professor da Universidade de Chicago James Robinson, pelo trabalho sobre “como as instituições são formadas e afetam prosperidade”.
Ferraz destacou que Acemoglu e Robinson trouxeram para o debate questões ligadas ao tema da prosperidade dos países, como instituições econômicas e políticas, a democracia, o papel das elites nos diferentes países e os incentivos dessas elites. Com isso, disse, uniram agendas que cresciam de forma separada.
“Eles buscam entender essa relação de economia com política para conseguir explicar de uma maneira mais satisfatória porque alguns países se desenvolvem e outros não. Unem as agendas de economia com política, que por muito tempo foram descasadas. Eles pensam as instituições econômicas como algo diferente ou totalmente isolado do resto do sistema político”, diz Ferraz, que foi orientado por Robinson em seu curso de doutorado na Universidade de Berkeley.
Para dar uma dimensão da influência dos premiados pelo Nobel para o meio acadêmico, Ferraz apontou que o primeiro artigo de Acemoglu e Robinson sobre a influência das instituições teve quase 19 mil citações em outros textos acadêmicos.
“Em economia, um artigo científico com 150 citações é um artigo com alguma influência. Com mais de mil citações, é mais ainda. Mais que isso é um artigo transformador, como foi esse de Acemoglu e Robinson”, disse.