Uma pesquisa arqueológica da USP, iniciada em 2012, analisou os restos mortais do primeiro imperador do Brasil, Dom Pedro I. O trabalho concluiu que o suposto nariz quebrado do membro da realeza não passa de uma lenda. Além disso, foi recriado o rosto do imperador.
Saúde bucal de Dom Pedro I
Os ossos de Dom Pedro I passaram por uma bateria de exames, como tomografias. Foram encontrados desalinhamentos, cáries tratadas nos dentes posteriores, trauma nos dentes anteriores e evidências de hábitos de mastigação frequente por apenas um lado da boca.
A investigação da estrutura do crânio também revelou características associadas a hábitos de respiração bucal e que o imperador apresentava desvio de septo à esquerda, o que poderia causar desconforto respiratório, principalmente deitado, mas sem fraturas em vida.
Ainda foi possível determinar que Dom Pedro I fez tratamento contra cárie e tinha praticamente todos os dentes. Deduziu-se que mantinha boa higiene oral, comia pouco carboidrato e tinha acesso a profissional de qualidade, por conta de duas restaurações em material metálico, provavelmente ouro.
Segundo a pesquisa, em tempos modernos, o primeiro imperador do Brasil precisaria fazer dois implantes dentários e usar aparelho nos dentes para melhorar o encaixe com a boca fechada. As informações são do G1 e do Jornal da USP.
Causa da morte do imperador
- Os pesquisadores ainda recriaram o rosto do imperador a partir de milhares imagens feitas com os restos mortais, além de referências dele em pinturas.
- Dom Pedro I do Brasil também era Dom Pedro IV de Portugal.
- Ele media entre 1,60m e 1,73m e morreu aos 35 anos, sendo sepultado em 1834, em Portugal.
- A autópsia apontou a causa como tuberculose.
- O imperador ainda sofreu acidentes com cavalos em 1823 e 1829.
- As análises de tomografias encontraram fraturas nas costelas antes da morte.
- As marcas nos ossos são apontadas como, provavelmente, causadas pelas quedas, mas não foram fatais.
- No crânio dele foi encontrada uma incisão que indicava a retirada do encéfalo durante a autópsia.
- Outras marcas nas costelas pós-morte podem ter sido feitas com lâmina para a retirada do coração.
- O órgão está guardado em um recipiente de vidro e conservado em formol na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, na cidade do Porto, em Portugal, e chegou a ser emprestado ao Brasil, em 2022, em comemoração aos 200 anos da Independência.