Termina nesta quarta-feira (27) o prazo dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para explicar os motivos de sua estadia na embaixada da Hungria, em Brasília.
Bolsonaro manteve, durante seu governo, uma relação próxima com o premiê da Hungria, Viktor Orban. Para o “NYT”, “a estada na embaixada sugere que o ex-presidente estava tentando tirar proveito de sua amizade com um companheiro líder da extrema direita, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, para tentar fugir do sistema judicial brasileiro, uma vez que ele é alvo de investigações”.
Os pernoites na embaixada da Hungria foram revelados pelo jornal “The New York Times” nesta segunda-feira (25). O jornal americano sugeriu que o movimento indica que ele poderia estar buscando asilo político no país europeu, diante da possibilidade de ser preso por conta dos processos que enfrenta no Brasil.
No dia 8 de fevereiro, ele foi alvo de uma operação da PF, no âmbito das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, para impedir a posse do presidente democraticamente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo a reportagem, Bolsonaro entrou na sede da embaixada, em Brasília, quatro dias depois da operação, em 12 de fevereiro, segunda-feira de carnaval. Ele estava acompanhado por seguranças e foi recebido pelo embaixador húngaro no Brasil, Miklós Halmai.
Após a revelação, a Polícia Federal decidiu apurar o caso. O Itamaraty, por sua vez, convocou o embaixador húngaro para prestar esclarecimentos sobre a estadia de Bolsonaro no local.
“Visita a convite”, diz defesa
Em comunicado nesta segunda-feira, firmado pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarte, da defesa de Bolsonaro, confirmou que ele passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília, mas disse que foi “para manter contatos com autoridades do país amigo”.
“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas Nações”, disse.
Segundo a defesa, “quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de ‘fake news’”.
*Reportagem em atualização.
