A dengue provoca fortes sintomas agudos, como febre, dores musculares e articulares e erupções cutâneas. Mas algumas manifestações podem aparecer após a recuperação da doença: uma delas é a queda de cabelo.
Após a doença, principalmente no caso dos que tiveram dengue grave, podem sentir consequências meses após adoecerem. No caso da queda de cabelo, isso também era notado após infecção pelo vírus do Covid-19.
Já é bem documentado cientificamente que, alguns meses depois de ter febre alta ou se recuperar de uma doença, muitas pessoas percebem uma perda de cabelo. Esse quadro é chamado de eflúvio telógeno.
Quando isso ocorre, os cabelos saem da fase de crescimento (anágena) e entram precocemente na fase de queda (telógena). Vários fatores desencadeiam o eflúvio telógeno: infecções virais diversas, cirurgias, medicamentos, início ou interrupção de anticoncepcional, estresse emocional, dietas restritivas, entre outros.
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Nesses casos, vale a pena passar por uma consulta médica para investigar outras causas de perda dos fios e tomar os devidos cuidados.
A dengue também pode agravar quadros de queda capilar pré-existentes. Por exemplo: se o paciente já sofre com alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície, esse quadro será mais acentuado e, consequentemente, mais difícil de recuperar.
A dieta entra como parte do tratamento. É importante investir em medidas que vão acelerar esse processo de recuperação, como investir em uma nutrição adequada, especialmente com alimentos ricos em proteínas, vitaminas e minerais.
É possível também associar tratamentos para evitar que a queda seja ainda mais prolongada e acentuada. Tônicos para controle da queda capilar, aplicação de laser e medicamentos em consultório podem amenizar o quadro.
Por fim, vale ressaltar que é natural que alguns fios caiam diariamente. A preocupação com a queda só é necessária quando o número de fios caindo por dia for maior que 100 – ou se o volume capilar diminuir acentuadamente e começarem a surgir falhas.
O mais importante é consultar um médico para passar por uma avaliação e receber o diagnóstico e tratamento adequado.
*Lilian Brasileiro é médica e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É coordenadora e palestrante em eventos como Congresso Brasileiro de Dermatologia, Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica e Medical Technology Congress