A Petrobras confirmou, em documento enviado nesta sexta, 22, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que vai propor apenas os dividendos ordinários aos seus acionistas na próxima assembleia geral ordinária (AGO), prevista para 25 de abril, deixando decisão sobre uma remuneração extra para outro momento.
A tendência agora, porém, é de que em algum momento esses proventos sejam distribuídos aos acionistas, principalmente depois que o Ministério da Fazenda ganhou uma cadeira no órgão máximo da estatal – secretário executivo adjunto da pasta, Rafael Dubeux, foi o indicado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta convencer o governo sobre o benefício do pagamento nas contas da União, acionista majoritário da Petrobras.
A decisão de reter os dividendos extraordinários, segundo apurou o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), prevaleceu por seis votos a quatro, com uma abstenção. Teriam votado contra a distribuição e pelo envio de R$ 43,9 bilhões para a reserva de remuneração cinco conselheiros indicados pelo governo, além da representante dos trabalhadores. Já os quatro representantes de acionistas minoritários teriam votado a favor da distribuição de 100%.
Em meio a esses ruídos de que os valores retidos seriam usados em investimentos, com o objetivo de acelerar o crescimento econômico, Jean Paul Prates se apressou em dizer que os recursos estão reservados para dividendos futuros e não poderão ser usados para outros fins.
As ações da empresa acumulam uma perda de 5,75% neste ano.
‘Espuma’
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, classificou as recentes críticas à interferência do governo na Petrobras como “crises de espuma”. Segundo ele, a companhia segue apresentando bons resultados e os supostos problemas foram criados “artificialmente”. “Eu não vejo crise alguma”, disse. em entrevista ao programa Bom dia, ministro, da TV Brasil, exibido na quinta-feira.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.