O partido governista da Geórgia,na Europa, está liderando as eleições parlamentares deste sábado (26), em uma votação que pode determinar as chances do país de se juntar à União Europeia e à Otan.
O partido governista Georgian Dream obteve quase 53%, disse a comissão eleitoral após a contagem de mais de 72% do total de votos. Seus quatro principais rivais, que prometeram apoiar uma carta elaborada pela presidente Salome Zourabichvili para aprovar reformas pró-UE como parte de um governo tecnocrático de um ano, todos ultrapassaram o limite de 5% para entrar no parlamento e, em conjunto, têm mais de 38% às 22h55, horário local.
Pesquisas de boca de urna anteriores mostraram resultados contrastantes, com a pró-governo TV Imedi alegando que o Georgian Dream está pronto para estender seus 12 anos no poder. Enquanto isso, a oposição TV Mtavari disse que a oposição recebeu os 80 mandatos que lhes dão a maioria.
“A Geórgia europeia está vencendo com 52%, apesar das tentativas de fraudar eleições e sem votos da diáspora”, disse Zourabichvili antes que os números oficiais fossem divulgados. Ela ainda não comentou os resultados oficiais. O comparecimento às eleições foi de mais de 50% às 17h, três horas antes do encerramento da votação, de acordo com a comissão eleitoral.
A Missão de Observação Eleitoral da OSCE/ODIHR entregará seu relatório no domingo, avaliando o ambiente e as condições das eleições. As tensões aumentaram na república do Cáucaso de 4 milhões de pessoas depois que o Georgian Dream aprovou uma legislação que os EUA e a UE rotularam como “inspirada no Kremlin”.
O governo ignorou os protestos em massa em maio e adotou uma lei de “agente estrangeiro” que tinha como alvo organizações não governamentais e a mídia independente. Washington respondeu ordenando uma revisão abrangente da cooperação dos EUA com o governo em Tbilisi e impondo restrições de visto a mais de 60 georgianos por “minar a democracia”.
Negociações interrompidas
Bruxelas interrompeu as negociações de adesão à UE com a Geórgia e instou as autoridades a reverter o curso. O partido no poder aprovou no mês passado uma legislação que proíbe a “propaganda LGBT” e representações de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo em filmes, televisão e publicidade, além de impedir o registro de casamentos entre pessoas do mesmo sexo e tornar ilegal que casais não heterossexuais adotem crianças.
Zourabichvili reuniu forças de oposição em apoio à sua carta após entrar em conflito repetidamente com o Georgian Dream sobre sua legislação. Em setembro, ela chamou a eleição de um “ponto de virada” que “determinaria se nosso futuro será a Europa ou se estaremos sob a influência da Rússia”. “Acredito que ninguém será um perdedor nesta votação, o país vencerá”, disse ela aos repórteres após votar neste sábado.
Ivanishvili alegou que um “partido de guerra global” no Ocidente está conspirando para derrubar o governo usando ONGs para empurrar a Geórgia a um conflito com a Rússia. Em uma entrevista na televisão esta semana, ele reiterou as ameaças de “se livrar” dos principais partidos de oposição. “A escolha é simples: ou selecionamos um governo que sirva ao povo da Geórgia, ou escolhemos agentes que promovam os interesses dos outros”, disse ele aos repórteres no sábado após sua votação.
Observadores, autoridades e a oposição relataram violações em algumas seções eleitorais, que estão sendo investigadas.
Os quatro principais grupos de oposição são Unity — To Save Georgia, que inclui membros do antigo United National Movement que governou o país após a pró-Western Rose Revolution de 2003; a Coalition for Change, que também inclui ex-líderes da UNM; a aliança Strong Georgia; e For Georgia, um partido liderado pelo ex-primeiro-ministro Giorgi Gakharia.
Um total de 18 partidos e coligações estão na cédula e devem passar de um limite de 5% dos votos para serem representados no parlamento de 150 assentos. (Colaboraram Chris Miller e Yuliya Fedorinova)
