O secretário especial de Saúde Indígena, Ricardo Weibe, disse que “a demissão já estava tomada e decorre da necessidade de ajustes na equipe para superação de desafios existentes” e desejou “sucesso” à diretora. Filiado ao PT, ele é vereador licenciado por Caucaia (CE).
A saúde indígena é um dos focos de dor de cabeça para o governo Lula, que busca se contrapor a gestão Jair Bolsonaro nessa área. A área reúne os piores indicadores de mortalidade materna, infantil e de expectativa de vida. Um dos primeiros atos do petista foi decretar emergência em saúde pública no território Yanomami, situação que segue sem solução.
Outro ponto polêmico é a criação da AgSus (Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS). O órgão vai assumir a gestão federal na área de saúde indígena, hoje pulverizada.
“É um projeto que eu acredito. Vou torcer que seja feita uma consulta aos povos indígenas e que possamos avançar”, disse a ex-diretora, que foi chefe de gabinete da secretaria no governo Dilma Rousseff e presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Saúde Indígena.
Pankararu é a quinta pessoa a ser demitida do ministério, que enfrenta críticas do próprio presidente Lula, de uma ala do PT e do centrão.
Em reunião ministerial há duas semanas, Lula criticou a gestão da pasta e cobrou a ministra pela epidemia de dengue no país —são mais de 2 milhões de casos, número nunca registrado. O centrão questiona o represamento de verbas de emendas parlamentares em pleno ano eleitoral, enquanto prefeituras do PT são atendidas com valores acima do teto previsto.
O DOU desta terça trouxe ainda a nomeação de Adriano Massuda como secretário de Atenção Especializada à Saúde. Filiado ao PT, ele vai ocupar a área que tem o maior orçamento da pasta: R$ 81 bilhões. Helvécio Magalhães, seu colega de partido, foi demitido após o Fantástico, da TV Globo, revelar a crise dos hospitais federais do Rio, com pacientes em longas filas de espera.