Maioria das UFs já vê queda em casos de dengue, mas nova epidemia é esperada para este ano

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por Jornal Net Redação
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O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira, 7, que a maioria dos Estados brasileiros já passou pelo pico da dengue neste ano, mas alertou que a próxima temporada de transmissão da doença pode vir mais cedo do que em anos anteriores.

A pasta destacou ainda que o período epidêmico deste ano pode se prolongar além do esperado por causa de condições climáticas atípicas, como as atuais ondas de calor que afetam alguns Estados do Sudeste e Centro-Oeste nas últimas semanas.

Em entrevista coletiva para jornalistas na tarde desta terça, representantes do ministério informaram que 22 das 27 unidades da federação apresentam tendência de queda no número de casos da doença, conforme os dados coletados até a 18ª semana epidemiológica (que consideram dados de janeiro até o último sábado). Outras quatro UFs (Ceará, Maranhão, Pará e Tocantins) estão em situação de estabilidade e apenas um Estado tem tendência de alta de registros: o Mato Grosso.

Embora o período mais crítico possa ter passado, o número de casos novos ainda é alto e uma próxima epidemia não deve demorar muito. Tradicionalmente, os casos de dengue aumentam de forma significativa a partir de março e atingem seu pico em maio, mas, neste ano, a alta de infecções teve início já em janeiro. Para a próxima temporada, no entanto, a ameaça pode chegar ainda mais cedo, antes que o ano acabe, conforme explicou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel.

“Há uma previsão, é uma modelagem matemática, de que essa antecipação que aconteceu em 2024, a de 2025 seja ainda mais antecipada por causa dessa onda de altas temperaturas que a gente está enfrentando. A previsão é que isso comece ainda neste ano. E a gente vai ter esse curto tempo de preparação”, afirmou Ethel, que, em outros pronunciamentos, disse que essa alta de casos da temporada de 2025 pode começar já em novembro de 2024.

Temporada de 2025 da dengue pode chegar mais cedo, diz ministério Foto: AP Photo/Eraldo Peres

A secretária afirmou que o ministério irá realizar nos próximos dias 15 e 16 de maio uma reunião com especialistas em dengue para já começar a preparação do País para o próximo ciclo epidêmico. “Estamos preparando um evento com grandes especialistas no tema para que a gente possa se preparar para o próximo cenário. Precisamos prever nossas compras, o que a gente vai fazer. Tivemos neste ano uma compra de inseticidas, por exemplo, 400% superior à do ano passado”, disse.

Ethel afirmou ainda que o cenário atípico da dengue neste ano pode tornar-se regra. “Estamos entendendo que os cenários de incerteza, dadas as mudanças climáticas, serão muito mais impactantes do que a gente previa. Este foi um ano muito diferente e pode ser que esse ano diferente seja o que a gente vai enfrentar nos próximos tempos”, afirmou.

Número de casos de dengue em 2024 já supera pior previsão

O Ministério da Saúde divulgou ainda o balanço atualizado de casos de dengue neste ano no País: 4,5 milhões de infecções prováveis. O número supera a pior previsão feita pela própria pasta para a epidemia deste ano. No ano passado, o governo federal estimava até 4,2 milhões de registros da doença em 2024.

“A gente já sabia que as mudanças climáticas teriam um papel importante, mas não tínhamos a dimensão disso. As temperaturas foram muito mais altas do que se previa no ano passado. Essa modelagem foi feita em setembro do ano passado, então a gente tem várias mudanças. São modelagens matemáticas, é fundamental que o público compreenda que são previsões matemáticas que dependem do clima, de vários fatores. A mudança desses fatores acaba interferindo nos números, que é o que a gente está vendo aqui”, justificou Ethel.

Ainda de acordo com o balanço do ministério, já foram registrados neste ano 2.336 mortes pela doença. Outros 2.439 estão em investigação. Tanto o número de casos quanto o de vítimas de 2024 é recorde. A pior epidemia da história, até então, havia ocorrido em 2015, com 1,6 milhão de casos prováveis. E o pior ano em número de óbitos havia sido 2023, com 1.094 mortos.

Apesar do cenário preocupante, a adesão à vacina da dengue ainda é baixa. Dados do ministério mostram que apenas 34% das 2,6 milhões de doses enviadas aos Estados foram registradas no sistema federal como aplicadas até o começo de maio.

Fonte: Externa

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