Em novo aceno à classe média, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (10) que seu governo precisa oferecer uma linha de crédito para que a população possa reformar suas casas próprias. O presidente mencionou essa ideia ao comentar que o governo também pretende lançar, em breve, uma linha do Minha Casa Minha Vida destinada às famílias na faixa de renda entre dois salários mínimos e R$ 7 mil.
“Vamos fazer um projeto para atender essa gente. Também precisamos agora criar um programa de reforma de casa. Às vezes, o cara quer fazer uma coisa mais sofisticada e ele quer um empréstimo para melhorar sua casa”, complementou. Segundo o presidente, já houve conversas com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e com o da Fazenda, Fernando Haddad sobre a necessidade de criação de um programa de reformas.
Questionada sobre o pedido de Lula para a criação de uma linha de crédito voltado às reformas, a vice-presidente de habitação da Caixa Econômica, Inês Magalhães, disse à imprensa que o assunto já está sendo analisado pela instituição financeira. “A Caixa já vem trabalhando numa linha de crédito para melhoria habitacional, mas isso ainda está na esteira”, disse.
Além disso, Lula também demonstrou estar preocupado com as famílias de classe média do campo, ou seja, que vivem da agricultura familiar. Segundo ele, essas pessoas saíram da “fase de plantar comida só para comer” e agora querem “plantar comida para vender e ter coisas”. “Precisamos dar condições de produção para essa gente.”
Lula falou sobre esses temas durante evento, no Palácio do Planalto, no qual o governo federal anunciou que mais de 112,5 mil moradias foram selecionadas para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) nas modalidades Rural e Entidades. Ao todo, o investimento previsto é de R$ 11,6 bilhões, e a expectativa é de que mais de 440 mil pessoas sejam atendidas tanto em áreas rurais como em urbanas, além de comunidades tradicionais, mulheres chefes de família, dentre outros públicos.
A solenidade contou com a presença de alguns ministros, como o das Cidades, Jader Filho, e Rui Costa. Parlamentares e governadores também participaram do evento.
Na frente rural do programa, o valor do investimento previsto é de até R$5,6 bilhões para produção e melhorias das unidades habitacionais. A expectativa é de que 300 mil pessoas sejam beneficiadas nas mais de 75 mil moradias selecionadas, o que corresponde a um aumento de 150% em relação a meta estabelecida, de acordo com o governo federal.
Já no MCMV Entidades, a estimativa é de que mais de 148 mil pessoas possam ser beneficiada. O investimento previsto é de R$6 bilhões. O objetivo desta frente do Minha Casa, Minha vida é conceder financiamento subsidiado a famílias organizadas por meio de entidades privadas sem fins lucrativos para produzir unidades habitacionais. com recursos do Fundo do Desenvolvimento Social (FDS).
“O Minha Casa Minha Vida Entidades feito por vocês são melhores [do que os feitos pelas construtoras]”, disse o ministro das Cidades, Jader Filho.
O público-alvo são famílias com renda mensal de até R$ 2.640, organizadas sob a forma associativa. A subvenção econômica concedida com recursos do FDS às famílias beneficiárias fica entre R$130 mil a R$164 mil para provisão subsidiada de unidades habitacionais novas me áreas urbanas, a depender da tipologia da construção e da região.
O programa Minha Casa, Minha Vida foi criado em 2009 e já entregou cerca de 7,7 milhões de novas unidades habitacionais em todo o Brasil. Depois de um tempo parado, o programa foi retomado no ano passado e tem como meta contratar dois milhões de novas unidades habitacionais até 2026.