Um dia depois de os promotores venezuelanos anunciarem uma nova investigação contra María Corina , por suposta traição à pátria, a líder da oposição convocou um protesto em massa e disse que o governo da Venezuela não tem escolha a não ser negociar uma transição.
“O tempo acabou para o regime”, insistiu María Corina em uma reunião virtual com ativistas internacionais. “Sua única opção é aceitar os termos de uma negociação conosco.”
A ex-parlamentar convocou um protesto global em massa para 1º de dezembro, no qual ela espera que o mundo se manifeste pela “causa de um país que decidiu avançar até o fim”. Ela não se referiu às acusações contra ela.
Por sua vez, Cabello anunciou em uma entrevista coletiva que órgãos de segurança desmantelaram no estado de Zulia um suposto novo plano de “desestabilização” contra o governo do presidente Nicolás Maduro, e envolveu a líder oposicionista, um empresário da região e seus dois filhos, além de outras pessoas que ele não identificou. O ministro acrescentou que grupos paramilitares colombianos e criminosos venezuelanos financiados pelo tráfico de drogas estavam envolvidos no suposto plano.
Essa não é a primeira vez que as autoridades venezuelanas acusam María Corina de conspirar contra o governo.
A promotoria venezuelana acusou María Corina na sexta-feira (22) por supostamente “cometer o crime de traição” depois que ela fez comentários a favor de um projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados dos EUA na semana passada que proíbe o governo americano de negociar com empresas que tenham contratos com a Venezuela.
Em defesa da líder política, o ex-candidato da oposição Edmundo González disse neste sábado, em sua conta no X (antigo Twitter), que a acusação contra María Corina é “uma tentativa de silenciá-la” e um ataque não apenas contra ela, “mas contra todos os venezuelanos”.
O governo de Maduro demonstra seu medo “de uma mulher que mobilizou uma nação inteira e que, apesar da perseguição, continua avançando para que a vontade soberana de todos os venezuelanos seja reconhecida”, acrescentou González, que é solicitante de asilo na Espanha e que a oposição considera o vencedor das eleições de 28 de julho. As autoridades eleitorais declararam Maduro como vencedor sem mostrar os registros de votação.
Nesta semana, os Estados Unidos reconheceram González como o “presidente eleito” da Venezuela.
Considerada a figura mais representativa da oposição venezuelana, María Corina não pôde desafiar Maduro nas eleições presidenciais porque foi desqualificada. Ela havia triunfado nas eleições primárias com mais de 90% dos votos para ser a candidata da oposição naquela disputa.
María Corina, que continua escondida, também está sendo investigada criminalmente desde o início de agosto por supostamente instigar insurreição.