Dois altos ministros israelenses sinalizaram neste domingo (14) que a retaliação de Israel contra o ataque iraniano na véspera não é iminente e que não agiria sozinho. “Vamos construir uma coligação regional e cobrar o preço ao Irã da forma e no momento certo para nós”, disse o ministro centrista Benny Gantz antes de uma reunião do gabinete de guerra.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, também disse que Israel tem a oportunidade de formar uma aliança estratégica contra “esta grave ameaça do Irã, que ameaça montar explosivos nucleares nestes mísseis, o que pode ser uma ameaça extremamente grave”, disse ele. O Irã nega ter procurado armas nucleares.
O chefe do Estado-Maior do exército iraniano, major-general Mohammad Bagheri, alertou na televisão que “nossa resposta será muito maior do que a ação militar desta noite se Israel retaliar contra o Irã” e disse a Washington que suas bases também poderiam ser atacadas se ajudassem Israel a retaliar.
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O ministro das Relações Exteriores iraniano, Amir Abdollahian, disse que Teerã informou aos Estados Unidos que seu ataque a Israel seria “limitado” e para autodefesa e que os vizinhos regionais também foram informados dos ataques planejados com 72 horas de antecedência.
Uma fonte diplomática turca disse que o Irã informou antecipadamente a Turquia sobre o que iria acontecer. O Irã disse que o ataque tinha como objetivo punir “crimes israelenses”, mas agora “considerou o assunto encerrado”.
Rússia, China, França e Alemanha, bem como os estados árabes Egito, Catar e Emirados Árabes Unidos pediram moderação e o Conselho de Segurança da ONU estava marcado para se reunir neste domingo.
“Faremos tudo para impedir uma nova escalada”, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, aos jornalistas durante uma visita à China. “Só podemos alertar a todos, especialmente ao Irã, contra continuar desta forma.”
Neste domingo, a Casa Branca informou que não irá se envolver em uma possível retaliação de Israel contra os iranianos. A Turquia também alertou o Irã que não deseja mais tensões na região.
Entenda a ofensiva do Irã
O Irã lançou o ataque devido a um suposto ataque israelense ao seu consulado na Síria, em 1º de abril, que matou os principais comandantes da Guarda Revolucionária e ocorreu após meses de confrontos entre Israel e os aliados regionais do Irã, desencadeados pela guerra em Gaza.
No entanto, o ataque de mais de 300 mísseis e drones, principalmente lançados a partir do interior do Irã, causou apenas danos modestos em Israel, uma vez que a maioria foi abatida com a ajuda dos EUA, Reino Unido e Jordânia.
Uma base da Força Aérea no sul de Israel foi atingida, mas continuou a operar normalmente e uma criança de 7 anos ficou gravemente ferida por estilhaços. Não houve outros relatos de danos graves.
(Com Reuters)