Após aprovação apertada (14 votos a 12) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o projeto de lei que libera os jogos de azar no país, como bingos, cassinos e jogo do bicho, está com os próximos passos na tramitação indefinidos.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE), afirmou que a bancada evangélica está confiante para barrar o avanço do texto e que a estratégia é debater o tema o máximo possível.
“Quanto mais isso for debatido, melhor para a sociedade brasileira ver o absurdo que nós estamos votando”, declarou Girão.
O presidente da frente evangélica, senador Carlos Viana (Podemos-MG), apresentou um requerimento para a realização de audiência pública no plenário da Casa.
Para o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), o assunto deve ir direto ao plenário e não passar em outras comissões.
“É assunto muito controverso, passou apertado na CCJ, então, não sei como vai ser no plenário. A matéria acaba ganhando muita publicidade, acaba que todo mundo está acompanhando, portanto acho que o plenário é suficiente, mas ai é uma decisão do presidente Rodrigo, se ele resolver levar pra lá”, afirmou Jaques.
“O governo não firmou posição, eu pessoalmente votei a favor, porque eu não acredito em nada proibido como solução de nada. Hoje, com jogos no celular e no computador, o cassino, por assim dizer, está dentro de casa. Na minha opinião, eu prefiro tudo com regras, com fiscalização e com pagamento de tributo”, complementou.
Líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM) defendeu que o tema seja debatido sem um “discurso estereotipado” e destacou o potencial de fomento ao turismo da proposta.
“Eu acho que é preciso que o debate seja em cima de números, que nós possamos ver quais são os possíveis ganhos com a aprovação do projeto, seja do ponto de vista de crescimento econômico, de geração de emprego, de geração de renda, de geração de tributos, seja de como esses tributos financiarão políticas públicas importantes e, do outro lado, quais são os riscos da aprovação desse projeto de lei”, defendeu Braga.
“O Brasil é um país que, lamentavelmente, com quase 9 mil quilômetros de litoral, com a Amazônia e com o Pantanal, nós temos 8 milhões de turistas. Uma cidade da Europa qualquer, se bobear Algarve, no interior de Portugal, tem mais turistas ao ano do que o Brasil”, acrescentou.